sábado, 25 de abril de 2009

AS MENTIRAS DA VERDADE

Artista: Azagaia
Música: As Mentiras da Verdade
Album: Babalaze  (2007)
Editora: Cotonete Records


Verso 1:

E se eu te dissesse
Que Samora foi assassinado
Por gente do governo que até hoje finge que procura o culpado
E que foi tudo planeado
Pra que parecesse um acidente e o caso fosse logo abafado
E se eu te dissesse
Que o Anibalzinho é mais um pau mandado
Que não fugiu da Machava mas foi libertado
Pelo mesmo sistema judicial que o tem condenado
E o mais provável é que ele agora seja eliminado
E se eu te dissesse
Que Siba-Siba,
Coitado foi uma vitima
Da corja homicida
Que matou Cardoso na avenida
Não Anibal e a sua equipa
Condenados pelos media
Mas a mesma que deixou
Pedro Langa sem vida
E se eu te dissesse
Que Moçambique não é tão pobre como parece
Que são falsas estatísticas
E há alguém que enriquece
Com dinheiros do FMI, OMS e UNICEF
Depois faz o povo crer
Que a economia é que não cresce
E se eu te dissesse
Que a oposição
Neste país não tem esperança
Porque o povo foi ensinado a ter medo da mudança
Mas e se eu te dissesse
Que a oposição e o governo não se diferem
Comem todos no mesmo prato
E tudo está como eles querem
E se eu te dissesse
Que a barragem Cahora Bassa não é nossa
É dum punhado de gente que ainda vai encher a bolsa
E se eu te dissesse
que há jornais
Que fabricam informação
Pra venderem mais papel e ganharem promoção
E que são os mesmos que nos vendem
Aquela imagem de caos
Que transformam simples ovelhas em lobos maus
E se eu te dissesse
Que há canais de televisão comprometidos
Com o governo e só abordam os assuntos permitidos
Que esses telejornais já foram todos vendidos
Vocês só vêm o que eles querem
E eles querem os vossos sorrisos
E se eu te dissesse
Que o Sida em Moçambique é um negócio
ONG´s olham pro governo como um sócio


Refrão:


Porque nem tudo que eles dizem é verdade – é verdade
Porque nem tudo que eles não dizem não é verdade – é verdade (2 vezes)
Eles fazem-te pensar que tu sabes – mas não sabes
Cuidado com as mentiras da verdade – é verdade

Verso 2:

Se eu te dissesse
Que a história que tu estudas tem mentiras
Que o teu cérebro é lavado em cada boa nota que tiras
Que a revolução não foi feita só com canções e vivas
Houve traição, tortura e versões escondidas
E se eu te dissesse
Que antigos combatentes vivem de memórias
Deram a vida pela Pátria e o governo só lhes conta histórias
Quantos nos dias de hoje dariam metade que eles deram?
– Em nome de Moçambique, nem os que vocês elegeram
E se eu te dissesse
Que o deixa andar não deixou de existir
Veja os corruptos a brincar de tentarem se impedir
Comissões de anti-corrupção criadas por corruptos
A subornarem-se entre eles pra multiplicar os lucros
E se eu te dissesse
Que as vagas anunciadas já tem donos
Fazemos bichas nas estradas mas nem sequer supomos
Que metade das entradas pertencem a esquemas de subornos
Universidades estão compradas mas que raio de merda somos?
E se eu te dissesse
Que o teu diploma de engenheiro não é pra hoje
Enquanto saem 100 economistas, engenheiros saem 2
Lares universitários abarrotados de gente
Vai ver as pautas a vermelho e os docentes indiferentes
E se eu te dissesse
Que neste país os estrangeiros é que mandam
Tem o emprego e o salário que querem ainda mandam
Meia dúzia de nacionais pra rua
É o neocolonialismo da maneira mais crua
E se eu te dissesse
Que a cor da tua pele conta muito
Quanto mais clara, mais portas que se abrem é absurdo
Os critérios de selecção pra emprego
Vais pra empresas tipo bancos e não encontras nem um negro
E se eu te dissesse
Que a policia da republica é uma comédia
São magrinhos, sem postura e se vendem por uma moeda
Agora matam-se entre eles traição na corporação
Afinal de contas quem é o policia, quem é ladrão?
E se eu te dissesse
Que há bancos que financiam partidos
E meia volta aparecem com os cofres falidos…

Refrão (de novo, até ao fim)

 
 

 

domingo, 12 de abril de 2009

O MACACO E O PORCO “PRETO E O BRANCO”

Artista: Denéxl
Música: O Macaco e o Porco
Album: Dentro e Fora do Meu Quarto (2007)
Editora: Volume Produções e Forno

Verso 1:

O Macaco e o Porco, sempre foram grandes amigos desde infância
Cresceram juntos como superherões longe da delinquência
Eram como ingénuos porque não viam diferença de cor
Não importava a cor, viam o mundo uni color
Andavam juntos, fugavam desde a Precabunga
Os professores lamentavam-se diziam que só serviam pra zunga
Mas eles não ligavam, diambulavam, apanhavam latas
Eram encanqueiros, dos Combatentes até a Chapada
Faziam carros de lata, carro de sabão e trote
Organizavam no prédio campionatos de Pimparote
Eram felizes com pouco embora que o porco tinha mais fezadas
Tinha mais carinho das pessoas na calçada
Não prestavam atenção a isto, não sabiam que significava
O que era dum era do outro... e vice-versa
Assim viviendo crescendo comendo crostas
Não lhes importava qem tinha mais chances de ganhar as apostas

Refrão:

O Macaco e o Porco tinham valores morais
Tavam acima dos complexos sociais
Eram cheios de bom senso, cheios de felicidade
Representavam a verdadeira juventude
Não agiam com descriminação nem desigualdades
Não notavam diferencas, não entendiam a sociedade
O Macaco e o Porco não viam pretos não viam brancos
O Macaco e o Porco, preto e o branco

Verso 2:

Assim iam vivendo, crescendo, comendo crostas
Não lhes importava quem tinha mais chances de ganhar as apostas
Apostas que faziam em relacão a quem corre mais
Quem mostrará primeiro que é homem já não é rapaz
Enquanto adolescente gostavam de olhar os biquinis das meninas
Quem será primeiro a ver a cor do biquini da Marina
Quem será primeiro a roubar um beijo da Joaninha
Quem recitará pra Fiona o poema da "Andorinha, "Voa"
Com a Lona de saco dos paraquedas que faziam
Pintavam com cores de igualdade, que conheciam
Brincavam com as meninas de mal-criado em casa do Porco
Era tudo amizade, comiam funge no cubico do Macaco
Seus Pais não entendiam bem a amizade entre um macaco e um porco
O que é que os une tanto, qual é o elo
Não entendiam que eles nasceram com o coração livre de problemas
Na melhor fase da vida não se vê dilemas

Refrão:

Verso 3:

Eles nasceram com os corações livres de problemas
Na melhor fase da vida, não viam dilemas
Chegaram a idade da razão e aperceberam-se afinal em que mundo vivem
Ficaram erritados com o sistema
Desigualdade de raças, viveram discriminações
Pretos, brancos, mistiços, mundo cheio de confusões
Viram negros erritados com complexo de inferioridade
E pulas que através disso aumentavam os seus complexos de superioridade
Na busca de emprego o Macaco nunca teve chances
O outro macaco que faz a entrevista é que dificultava o lance
O Porco deu conta mais uma vez que não havia direitos iguais
Neste zoológico, vivem com complexos sociais
Abraçou o seu amigo e juntos fugiram pra o refúgio que o Wawuti revelou
A tristeza passou
Amizade venceu e ultrapassou as barreiras do racismo
Todos são bons e maus, há pretos e brancos metidos no terrorismo

Refrão:

Dizeres:

Ham, yeah, dreads...esse brinde eu dedico a todos aqueles que conservam as suas amizades...
Em especial aos meus pais, aos meus irmãos, a toda minha familia, a Gaby meu amor, ao Contrário, ao Mário Pinho, a todos meus amigos...
Dreads, me inspirei em voces pra escrever esta cena dreads...
Me inspirei em todos voces que não descriminam o próximo pela diferença de pel, pela diferença de cor de pel...
Pra aqueles que conservam as suas amizades longe das distinções de raça, de cor, religião e nacionalidade, longe das diferenças sociais...
Dreads, o sol continua a dar-nos luz e esta luz é pra todos...até que bazemos deste mundo... Manos, a vida e um sopro, não esquecam, é um sopro...um sopro!!


Fonte: http://volumesons.blogspot.com